GRUPO MUNICIPAL
Assembleia Municipal Ordinária de 30/04/2012
Período de
Antes da Ordem do Dia
Intervenções dos Deputados Municipais:
A)- Proposta de um voto de pesar pelo falecimento do Dr. Adelino Ferreira da
Silva, Ilustre Advogado e antigo Presidente da Câmara Municipal de Anadia;
B)- Foi dado a conhecer à Assembleia Municipal de
Anadia, o comportamento que o executivo teve, face ao requerimento do CDS-PP, no
sentido de ser tomada uma decisão que não contemplasse a demolição do Antigo Matadouro Municipal ou, pela sua
importância, que tivesse sido dada oportunidade à Assembleia Municipal de
deliberar sobre o futuro do Antigo Matadouro Municipal e não como fez, de ter partido para a demolição, sem se quer ter
respondido ao citado documento (que se junta infra) quando o podia e devia ter
feito (basta verificar que foi demolido há já algum tempo e ainda não houve
qualquer tipo de intervenção no respetivo local).
“EXCELENTÍSSIMO
SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ANADIA
URGENTE:
JOÃO
TIAGO CASTELO BRANCO, Presidente da Concelhia do CDS-PP Anadia e Deputado
Municipal, representante do Grupo Municipal do CDS-PP Anadia e João Filipe
Côrte-Real, Presidente da Concelhia da Juventude Popular de Anadia, vêm, mui respeitosamente, junto de V.ª Ex.ª,
expor e requerer o seguinte:
Considerando
que:
a)
Ontem,
dia 04/04/2012, foi noticiado no semanário “Região Bairradina” que o antigo
Matadouro Municipal de Anadia iria ser demolido;
b)
O
mesmo foi noticiado hoje, dia 05/04/2012, no “Jornal da Bairrada”;
c)
Tais
notícias vêm, certamente, no seguimento da decisão tomada em reunião de câmara,
no dia 28/03/2012, pois, tal questão, não vem abordada em quaisquer atas de
reuniões anteriores a esta e a ata daquela ainda não está publicada no sítio da
câmara, na internet.
d)
Com
efeito, revela-se de extrema importância o assunto em epígrafe, pelos seguintes
motivos, salvo melhor entendimento:
-
O Concelho de Anadia, integrante da Região da Bairrada, sempre esteve e estará
ligado ao “Leitão da Bairrada”, tendo sido recentemente eleito como uma das
maravilhas da gastronomia de Portugal;
-
O Concelho de Anadia, tem visto o seu património, de índole cultural,
desaparecer, como são caso disso, a Quinta dos Cabrais, a Cerâmica de Anadia, o
Cinema S. Jorge, o Mercado Municipal, etc.;
-
O Edifício Municipal, de 1934, centro concelhio de abate de animais, simboliza
a memória das origens da nossa terra, ligada ao comércio pecuário e às iguarias
gastronómicas, como seja o Leitão, a Cabidela, a Chanfana, etc.;
-
O Antigo Edifício, património do Município de Anadia, é o último edifício
ligado à história, cultura, costumes, usos e tradições da Capital da Bairrada-
Anadia;
-
O Antigo Matadouro Municipal, apesar de ter sido deixado intensionalmente ao
abandono, por parte do executivo camarário, apresenta, ainda, um bom estado de
conservação e sem grandes custos de restauro, se lhe quisermos dar um fim
digno.
Acresce
que, aquando da apresentação e contratualização da Requalificação Urbana da Cidade de Anadia, nada constava acerca da demolição do
Antigo Matadouro Municipal, tal questão apenas se levantou agora que as obras
já estão em curso.
Por
tudo o que foi anteriormente mencionado e porque o progresso tem que envolver
as nossas raízes, requeremos ao Senhor Presidente da Câmara, Professor Litério
Marques, o seguinte:
-
Que nos seja facultada a ata da reunião onde foi licenciada a demolição do
Antigo Matadouro Municipal, com os respetivos fundamentos;
-
A ser verdade, que seja tomada uma decisão que vá no sentido de não ser
demolido o Antigo Matadouro Municipal;
-
Pela sua importância, que seja dada oportunidade à Assembleia Municipal de
deliberar sobre o futuro do Antigo Matadouro Municipal.
E.D.
Anadia,
05 de Abril de 2012.
O Presidente da Concelhia do CDS-PP Anadia,
(João Tiago Castelo Branco, Dr.)
O Presidente da Concelhia da Juventude Popular de
Anadia,
(João Filipe Côrte-Real, Dr.)”
C) - Foi dado a conhecer ao executivo três Petições/Abaixo-assinados que vão
ser entregues na Câmara, com os seguintes conteúdos:
1)
“PETIÇÃO CONTRA A INCOERÊNCIA DA REQUALIFICAÇÃO
DE QUE ESTÁ A SER ALVO A RUA DAS TÍLIAS – CURIA:
Os Moradores e Empresários, da Rua das Tílias, pertencente à
Curia, Freguesia de Tamengos, abaixo assinados, vêm, por este meio expor e
requerer o seguinte:
a) Atendendo
a que, apenas vai existir uma Lomba de limitação de velocidade à frente do
“Curia Clube”, o que dista mais de 200 metros de recta até ao
cruzamento/Rotunda do “Café D. João”, onde inclusivamente, nesse trajecto, além
de moradores existem pensões e lares, com bastantes pessoas idosas, reclamam neste trajecto, pelo menos, uma
lomba de limitação de velocidade;
b) Acresce
que, em toda a referida artéria, programa-se aplicar três tipos de iluminação,
que em nada se coadunam com a estética que se deseja numa requalificação
urbana, inclusivamente ridiculariza o núcleo turístico, que inclui, certamente,
o empreendimento turístico “Curia Clube”, Comerciantes, Turistas e residentes, que reclamam neste trajecto um nível de
segurança e estética que se enquadre com o núcleo onde está inserida desde
sempre;
c) Os
moradores e empresários estão indignados, por não terem sido ouvidos e verem,
sem qualquer tipo de justificação ou razão, a Rua onde vivem ou exercem a sua
actividade, deixada sem segurança, quer ao nível da circulação rodoviária e
pedonal, quer ao nível da iluminação.
Por estes motivos, supra mencionados, pretende-se, com o
Abaixo-assinado, que a Câmara Municipal
de Anadia e/ou a Junta de Freguesia de Tamengos, incluam nas obras que
decorrem, o seguinte:
- Pelo menos, a referida lomba;
- E uma Iluminação homogénea, com o núcleo
onde está inserida.”
Os Moradores do Bairro Cancela de Abreu, abaixo assinados,
vêm, junto da Câmara Municipal de Anadia e do dono dos terrenos vizinhos do
Bairro, apresentar esta petição pelos seguintes motivos:
O Bairro Cancela de Abreu é dos mais antigos do concelho de
Anadia e já foi um dos mais pitorescos, antes dos seus moradores (residências e
infraestruturas) terem sido deixados ao abandono pelas entidades responsáveis.
Desde há largos anos para cá, que pedimos incessantemente ao
dono do barreiro, nas imediações das nossas casas, a sua limpeza de todo o tipo
de mato (silvas, ervas, arbustos, etc.) e lixos vários (entulho, cadáveres de
animais, resíduos, etc.).
Esse barreiro serve de alojamento de vários animais,
principalmente perigosos (cobras e outros repteis, ratos, insetos, etc.), que
nos entram pela casa a dentro, o que impede os nossos filhos e netos de brincar
nas imediações e nos quintais das nossas residências e nos obriga a ter as
portas e janelas do Bairro sempre fechadas.
Este local proporciona ainda, um enorme risco de incendio,
atendendo ao perigoso combustível que se tem acumulado, nomeadamente vegetal,
já para não falar da falta de segurança que proporciona, para o antigo bairro,
o barreiro aí existente, a curtos metros (3 ou 4) das nossas casas, o que, além
do risco de derrocada de terras barrentas, apresenta, ainda, um risco de queda
para pessoas, o que pode ser causa de alguma desgraça.
Todos os moradores padecem da mesma insatisfação, que já por
diversas vezes se deslocaram ao dono dos terrenos, que é o mesmo das “Caves
Montanha”, e à Câmara Municipal de Anadia, no sentido de nos ajudarem a colocar
uma rede de segurança e a dar limpeza aos ditos terrenos, pois não temos que
ser obrigados a viver na imundice e na negligência dos que têm obrigação de
fazer alguma coisa e não fazem.
As promessas têm sido muitas, o tempo quente começa a chegar
e o assunto continua por resolver, temos sido nós, moradores, ao longo destes
anos, a procedermos, como podemos, à limpeza dos ditos lixos.
A nossa Câmara descarta-se de responsabilidades porque os
terrenos em questão não são Camarários e o dono dos mesmos vai-se esquecendo do
assunto, porque não existe ninguém que o vá lembrando que é obrigatório manter
os terrenos limpos.
O nosso Bairro é residência de muitas famílias de Anadia,
com crianças que precisam de brincar e não estar sujeitas à porcaria que se vai
acumulando à porta de suas casas, pela incúria de outros.
Assim sendo, os moradores do Bairro Cancela de Abreu, tomam a iniciativa do presente
Abaixo-assinado para:
A) Que
o dono dos terrenos efetue as diligências no sentido da limpeza dos mesmos e
crie as devidas condições de segurança, que lhe são devidas;
B) E
que a Câmara Municipal de Anadia tome a iniciativa de interceder, em defesa dos
seus munícipes, junto do dono dos terrenos supra mencionados, para que efetue
as devidas diligências no sentido da limpeza dos mesmos e criar as devidas
condições de segurança, sob pena de ser a própria Câmara a efetuá-las.”
A igualdade de oportunidades no
acesso e no sucesso para todos os alunos e alunas não é uma realidade. Muitos
fatores contribuem para o facto de Portugal possuir um dos mais seletivos
sistemas de ensino na Europa, e a falta de transporte escolar para alunos que
dele necessitam, é um deles.
Não se pode falar de diferenciação
e de individualização, do direito ao sucesso, de planos de recuperação, ou
quaisquer estratégias individualizadas, se existem alunos cujos pais não
possuem os meios para poderem transportar dignamente os seus filhos à Escola.
No concelho de Anadia, a recente
criação do Centro Escolar de Arcos e a sua deslocação para a periferia da
freguesia, não salvaguardou a necessidade de alguns alunos precisarem de
transporte público.
Inclusivamente, já por diversas
vezes, cidadãos, pais de alunos, manifestaram junto das entidades responsáveis
as suas necessidades, não tendo conseguido até ao momento, que seja
disponibilizado o referido transporte.
Atendendo a que, todos os dias
passa no centro da cidade um autocarro da câmara, com apenas cerca de 4 ou 5
crianças, com mais de metade do mesmo vazio, inclusivamente com pessoas sem
qualquer relação com o novo centro escolar de Arcos, não traria qualquer
encargo acrescido fazer uma paragem no centro da cidade para transportar
crianças, que dele necessitam, para a Escola.
A presente petição é para mudar
esta realidade. Ela é subscrita por encarregados de educação, mães, pais, avós
e outros familiares, por professores e professoras, por alunos e alunas, por
cidadãos e cidadãs para quem a qualidade do ensino na escola pública
(Pré-escolar e 1.º Ciclo do Centro Escolar de Arcos) e o direito ao sucesso
para todos/as é uma prioridade.
Assim sendo, os cidadãos e as cidadãs abaixo identificados/as defendem que seja disponibilizado
transporte camarário, propondo que:
1) Apenas tenham esta possibilidade quem efetivamente
demonstre que necessita de transporte escolar para os seus educandos, do centro
da cidade para o centro escolar de Arcos;
2) Em função das possibilidades do agregado familiar, se tenha
que efetuar alguma comparticipação.”
Período
da Ordem do Dia
1 - Apreciação da Informação do Presidente da
Câmara sobre a atividade da Câmara Municipal
Antes de mais queríamos
que entendessem esta nossa intervenção como uma colaboração técnica e de
salvaguarda dos interesses do Município de Anadia. Assim:
1.1. Requalificação Urbana e Acessibilidades
Integradas de Anadia
·
Para onde está a ser conduzida a água bombada do
parque de estacionamento construído adjacente à sede do município? Para a rede
pluvial ou para a vala foreira, aproveitando-a para rega?
·
Há pelo menos um espaço cedido ao domínio
público, ao cimo da avenida, resultante de um loteamento, que correspondia a um
lugar de estacionamento, que foi entretanto construído e com as atuais obras
construído se mantém. O Sr. Presidente da Câmara e os projetistas desconhecem
que o espaço foi cedido ao domínio público?
·
Qual a razão para este Executivo Municipal, ordenar
a demolição do edifício do antigo Matadouro Municipal? Era mesmo necessário
demoli-lo. Além de outros bens patrimoniais o executivo que lidera já destruiu,
dentre outros, um espaço verde central Histórico/quase centenário (o antigo
jardim do centro da cidade de Anadia), o mercado municipal, o cineteatro de
Anadia, permitiu a demolição das antigas instalações da Cerâmica de Anadia, etc.,
etc.
Não podemos, por isso, deixar de o
lembrar que um povo sem património, é um povo sem referências. Um povo sem
referências, é um povo sem memória. Um povo sem memória, é um povo sem futuro.
É isto que pretende Sr. Presidente?
Anadienses sem futuro?
·
Quem foi responsabilizado pela destruição da
base de ecoponto, recentemente executada junto ao prédio do “Guilhermino”, que
foi subterrada depois de concluída e mudada de local? Quem vai pagar essa
despesa, uma vez que o empreiteiro não suportará com certeza os custos.
Tratou-se de um erro de projeto ou de fiscalização?
·
Efetivamente de ACESSIBILIDADES INTEGRADAS, até
agora ainda não foi possível ver nada. O que estamos a assistir é a retirar
acessibilidade pedestre a favor da automóvel e mesmo esta de qualidade
duvidosa. Veja-se o cruzamento elevado da Rua das Flores, que além de ser um
erro grave de acessibilidade, por ex. para os invisuais, ainda há pouco acabou
de ser pavimentado já está degradado.
O perfil de “espécie”
de Avenida, em construção entre o Quartel dos Bombeiros e a Rua Poeta Cavador,
não cumpre o que qualquer livro básico da especialidade recomenda. Senão
vejamos:
- O
estacionamento perpendicular ou a 45º em relação à via, exige só para quem
entra e sai do estacionamento uma via de acesso e desaceleração adjacente com
3,50m, sendo que se quisermos garantir a circulação continuada e a emergência
terá de ter outra via no mesmo sentido com pelo menos 3,00m. Ora o que lá está
tem na totalidade cerca de 5,00m o quer dizer que não é carne nem é peixe;
- Atendendo à
altura dos edifícios e de acordo com a Portaria nº 1532/2008, de 29 de
Dezembro, artº 5º, para edifícios com altura superior a 9m, a largura da via
deve ser de 6,00m ou 10m se em impasse (ou seja se não tiver saída).
- Normas de
acessibilidades para já, do que é visível ZERO; Não se vê um lugar de
estacionamento marcado para pessoas com mobilidade condicionada, não há
qualquer percurso acessível definido, o que como sabe é obrigatório, os
atravessamentos em passadeira não tem pavimentos com textura e cor
diferenciados em relação ao passeio corrente, etc., etc.;
- Como se pode
denominar de ACESSIBILIDADES INTEGRADAS a tais obras?
- Mais, estamos a
anular a circular interna de Anadia, assim designada por todos os estudos até
agora elaborados, para a sede do Município.
1.2. Requalificação Urbana e Acessibilidades
Integradas da Curia
·
De quem foi a ideia brilhante de na ligação
Espairo Curia, colocar o lancil “deitado”? O lancil é ou não para separar e
definir claramente a zona pedestre da de circulação automóvel e proteger o
peão?
É que com o que
lá está construído, desafio qualquer um a experimentar, o carro facilmente
passa da zona de circulação automóvel para a pedestre, sem que se note qualquer
barreira física. Pretende-se criar ali uma zona de acidentes? É que tal como
está qualquer distração do condutor faz que suba o passeio com total
desproteção do peão.
·
Na rua de acesso aos correios e principais
locais de diversão/bares da Curia, o perfil transversal é de 3,00m, com
estacionamento longitudinal de um lado e a 45º do outro. Basta um carro a fazer
manobra de entrada ou saída do estacionamento para bloquear a rua. Teve-se isto
em consideração no projeto? É que o espaço/comprimento de stocagem é demasiado
exíguo, além de um carro de maiores dimensões ter dificuldade de fazer a
manobra. Como é que em caso de emergência, nomeadamente de incêndio, se faz o
combate do mesmo? Com os carros em fila indiana?
·
Atendendo à altura dos edifícios e de acordo com
a Portaria nº 1532/2008, de 29 de Dezembro, art.º 5º, para edifícios com altura
superior a 9m, a largura da via deve ser de 6,00m ou 10m se em impasse (ou seja
se não tiver saída).
·
A obrigação de circular à volta dos prédios foi
para a câmara concluir as infraestruturas da urbanização que ali se encontra,
substituindo-se ao promotor, e obrigar todos os automobilistas a passar junto
dos prédios que até agora se encontravam nas traseiras, para serem vistos e
facilitar as vendas? É que de outro modo não se entende. Por outro lado a rua
de acesso tem menor dimensão que as ruas da urbanização?
·
Na mesma rua há um passeio em que parte está
revestido ao que parece ser madeira, diferente de todos os outros. Quem o
pavimentou com aquele material? Quando se deteriorar quem vai fazer a
conservação?
·
No que se refere ao cumprimento das Normas de Acessibilidades
o que foi dito para Anadia é totalmente aplicável a esta obra. Caso o
Financiador/QREN obrigue a cumprir a legislação nacional e comunitária quem vai
ser responsabilizado por todas as retificações a fazer ao que já está executado
ou à eventual perda ou redução dos financiamentos?
Para terminar, Sr. Presidente, saber ouvir,
discutir de forma aberta e frontal as melhores soluções para o Município
eliminando o autismo e autoritarismo dos últimos tempos, não são apenas
pré-requisitos necessários a quem está na vida pública, mas tornam-se vitais
para que Anadia tenha futuro.
2.
Apresentação, discussão e votação dos documentos de prestação de contas do
Município de Anadia, referentes ao exercício de 2011
Da análise do relatório de prestação de contas de 2011,
encontramos erros na pag. 4, no Quadro da Receita no que se refere a 2009,
porque o critério para fazer o somatório dos valores foi diferente dos
critérios utilizados para 2010 e 2011, fato que impede que se compararem as
contas dos 3 anos, como deveria ser.
Também no que se refere ao Nível de Execução Global das GOP
(pag 68), o valor apresentado está errado, não é de 21.80% mas sim de 20.09%,
ligeiramente inferior ao explicitado no documento em análise (Montante
efetivamente executado nas GOP 8,149,932.32€/Montante Plurianual Previsto
40,569,890.00€).
Quer isto dizer que o Montante Previsto nas GOP para o ano
de 2011 e anos seguintes de 40,569,890.00€ na realidade só serviu quando da sua
aprovação para publicitar um “grande“ orçamento face aos municípios vizinhos,
quando o previsto efetivamente para 2011 foi de 16,468,581.00€ dos quais, somente
foram executados os já referidos 8,149,932.32€, pelo que facilmente se conclui
que a execução em 2011, ficou abaixo dos 50% (49.4877%).
Mais, dos 22 Programas inscritos nas GOP 2011, 13 tiveram
execução inferior a 50%, sendo que destas, 4 tiveram mesmo 0% de execução. Só 9
tiveram execução superior a 50%.
Dos 4 Programas que tiveram execução de 0% destacamos a Saúde
e a Habitação Social por serem os que em período de crise mais preocupações
levantam junto dos munícipes.
Nas que tiveram execução maior que 0% e menor que 50%,
destacam-se:
- Saneamento com 28.81%: prioridade deste Executivo
Municipal;
- Proteção do Meio Ambiente e Conservação da Natureza:
12.30%;
- Indústria e Energia: 14.56%, percentagens estas em relação
ao nível de execução anual, porque se tivermos em consideração o Nível de
Execução Global as percentagens seriam substancialmente mais baixas. E salientamos
estas porque são indicadores importantes para determinar a qualidade de vida da
população.
No abastecimento de água, embora com execução superior a
50%, a qualidade não é espelhada na quantidade quando do relatório dos SMAS se
retira que em média tiveram de fazer mais de 188 reparações de roturas/mês.
Os resultados anteriormente explicitados significam que os
documentos apresentados não passam de meros exercícios de ilusão financeira,
para jornal publicar e, os menos atentos se deixarem levar numa conversa que
não é transparente.
As contas públicas devem procurar ser equilibradas, de modo
a cobrir os investimentos necessários à satisfação básica das competências e
atribuições das autarquias locais. É claro que qualquer cidadão menos distraído
e informado, sabe que as autarquias locais não visam o lucro.
Ora, ao apresentar um resultado positivo acima dos 500 mil
euros, com taxas de execução do Plano e Orçamento anteriormente referidas, o
Executivo Municipal não só frustrou as espectativas da população como,
resultante do aumento da receita no que se refere a impostos e como tem sido
proposto quer pelo CDS-PP quer pelo PS, torna-se imperioso e de toda a justiça
que, num período de crise acentuada quer no país quer na europa, se baixem de
imediato (em 2012) as taxas de IMI ou se reduza, ou mesmo não se aplique a
Derrama e até mesmo as tarifas da água e saneamento, dentre outros.
Sempre que o CDS-PP propôs a redução de impostos, o
executivo afirmou a pés juntos, que não é possível. E não é possível porquê?
Porque as contas da Câmara não correspondem à realidade e os
ditos “saldos positivos” e “lucros”, não passam de ficção contabilística.
Quanto à questão da INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA DO MUNICÍPIO,
basta verificar que, na página 5 da Prestação de Contas de 2011, o rácio n.º 1
refere que, ao longo dos três anos, 2009, 2010 e 2011, as receitas próprias
(impostos) são, respetivamente de 24,30%, 25,31% e 26,80% da receita total, ora
se a lei diz que deve ser superior a 50% e ao longo dos últimos anos está na
casa do 20%, facilmente se depreende que o Município de Anadia não tem, nem de
longe, nem de perto, independência financeira.
Relativamente ao Endividamento, na página 17 da Prestação de
Contas de 2011 são apresentados os números que demonstram o Endividamento
Líquido do Município de Anadia e que consta do item (2) no valor de
7.006.616,26€ que é a diferença entre os passivos e os ativos financeiros.
Ora, os ativos financeiros retiram-se, na página 50 da
Prestação de Contas, da subtração do total do ativo (133.240.704,08) com o
total do imobilizado (109.388.618,06), donde resultam 23.852.085,98 de ativos
financeiros.
Pelo que, sendo a diferença do PASSIVO com o ACTIVO
financeiro de 7.006.616,26, o PASSIVO financeiro terá de ser 30.858.702,24.
No entanto, o PASSIVO declarado no Balanço da prestação de
contas é de 7.078.868,88 (6.226.171,25 + 852.697,63 – Página 51), logo,
deduz-se que os Acréscimos e Diferimentos apresentam uma verba de 23.779.833,36,
a considerar com o passivo, já que o passivo financeiro (30.858.702,24) é igual
ao somatório do primeiro valor com aquele segundo.
Dito isto, deduz-se mais, com base estritamente nos números
apresentados pelo município e partindo do princípio que são verdadeiros, que
ficam em Proveitos Diferidos a diferença de 46.102.438,13 (página 52) com os
23.779.833,36, cujo resultado é de 22.322.604,77, que devem ser de Subsídios ao
investimento dos anos anteriores, não tendo o Sr. Presidente da Câmara
confirmado, nem demonstrado.
Nesse sentido, foi requerido ao Sr. Presidente da Câmara que
seria útil a difusão aos membros da Assembleia Municipal QUAIS as obras
subsidiadas incluídas na verba da página 52 (46.102.438,13) e as RAZÕES que
levam a gestão municipal a manter em Acréscimos e Diferimentos uma verba tão
significativa de 23.779.833,36, de ano para ano, quando devia estar no passivo
(com a respetiva rubrica) para o efeito de demonstrar o verdadeiro
endividamento da Câmara Municipal.
O Sr. Presidente da Câmara, salvo o erro, contestou os
números por não ter concordado com a análise.
Ao que o CDS-PP de Anadia, concluiu que, através da
prestação de contas de 2011 e pela forma como é demonstrada, apresenta
manipulação e sonegação de informação, pelo que mais não é que uma aldrabice.
Tudo o que venha a dizer sobre “lucros” não passa de publicidade político-propagandista, pelo que não podemos votar favoravelmente o presente documento.